Há quatro jogos sem marcar pelo Brasil, craque é a estrela no jogo em homenagem ao jovem Kevin. Melhor do mundo também demorou a brilhar na ArgentinaFonte: Globo Esporte
Atuações sem muito brilho. Jejum de quatro jogos sem marcar pela Seleção. E a constatação de Luiz Felipe Scolari que ninguém é “insubstituível”. Assim, Neymar chega a Santa Cruz de la Sierra como maior estrela no amistoso entre Brasil e Bolívia, neste sábado, às 16h30m (de Brasília), em partida organizada após a morte do jovem torcedor Kevin Douglas Beltrán Espada durante partida entre Corinthians e San José em Oruro, no dia 20 de fevereiro. O GLOBOESPORTE.COM, a TV Globo e o SporTV transmitem ao vivo.
O ingresso para ver o santista é mais caro até do que o da partida da Argentina com Lionel Messi, mês passado, em La Paz, pelas eliminatórias. Mas o que falta para o camisa 11 repetir com a amarelinha as boas atuações pelo clube?
- É uma questão de adaptação. A Seleção não é um time entrosado como o Santos. Ele vai entendendo a Seleção e não me incomoda. Ele não se esconde.Está errando, mas ainda será muito útil. Ele não é o Pelé, o Messi ou o Cristiano Ronaldo. Acho que precisamos ter paciência - analisou o comentarista Lédio Carmona, do SporTV.
- Este jogo contra a Bolívia não serve muito de parâmetro, a Seleção vai estar bastante modificada. Mas ele pode aproveitar para ganhar moral e fazer uma demonstração de que ele tem condição de jogar, e ele tem, num nível de seleção brasileira no mesmo nível que ele joga no Santos e com a qualidade que a gente conhece. Enfrentando a Bolívia, ele pode aproveitar esta oportunidade para fazer essa demonstração, ganhar moral e crescer de produção para os jogos mais importantes que virão - completou André Loffredo, também do SporTV.
Em Santa Cruz de la Sierra, Neymar terá a companhia apenas de jogadores que atuam no futebol brasileiro. Lucas, do Paris Saint-Germain, por exemplo, não poderia ser convocado. Mas Felipão preferiu não tirar o artilheiro Fred do Fluminense agora. Assim, os parceiros do santista na Bolívia serão Ronaldinho Gaúcho e Alexandre Pato.
- Hoje, ele é o único driblador da Seleção. Por isso, gostaria de ver o Lucas de um lado e ele no outro. Dividiria as atenções. Nesse jogo, diante doa Bolívia, o Osvaldo poderia atuar de um lado, o Neymar do outro e o Pato como atacante - afirmou o ex-jogador Caio Ribeiro, comentarista da TV Globo.
A comparação com Messi acaba sendo inevitável. Após duas Copas do Mundo sem brilho pela Argentina - além da decepcionante Copa América em casa, em 2011 -, o craque do Barcelona começou a se destacar apenas recentemente com a seleção depois de receber muitas críticas da torcida. A mudança surgiu com o técnico Alejandro Sabella, a partir de agosto de 2011, e a forma da equipe jogar, em função do melhor do mundo. Neymar não acredita que isso seja necessário com Felipão para chegar à Copa das Confederações com mais confiança pela Seleção:
- Cada um tem sua função. Para isso, a gente tem o técnico, para montar um esquema que favoreça à Seleção, que ajude todos que estão em campo. Espero que a gente ache a melhor forma possível rapidamente, para ir melhorando e trazer resultados positivos - disse o camisa 11 antes do embarque para a Bolívia.
Na Argentina, os gols de Messi começaram a sair com Sabella. Os lances à la Barcelona também. O que ainda não aconteceu com Neymar. Enquanto o argentino tem sido decisivo para a Argentina nas eliminatórias (atualmente a equipe lidera a competição, com 24 pontos, quatro a mais do que o vice-líder Equador), o brasileiro tem dificuldade para brilhar em jogos decisivos. Na Copa América, nada fez. Nas Olimpíadas de Londres, foi bem até a final. E em jogos contra seleções campeãs do mundo? Foram sete jogos e quatro derrotas. Gols apenas no Superclássico das Américas (dois) e contra a Alemanha (um).
- Na metade de 2012, Sabella teve uma conversa com Pep Guardiola, que deu alguns conselhos para o técnico da Argentina. A intenção era obter um melhor rendimento de Messi na seleção – explicou o jornalista Matías Bustos, do “Clarín”.
E as recomendações eram um tanto curiosas. A primeira delas era nunca substituir Messi nas partidas da seleção. Em seguida, falar menos com o jogador e escutar mais o pouco que o atacante costuma comentar sobre os jogos e desempenhos do time. Por fim, que o atleta do Barça seja “mimado”.http://www.expressomt.com.br