Jogador do Santos diz não ter preferência por nenhum clube da Europa, nem no videogame
SÃO PAULO - Neymar fez fora de campo, nesta segunda-feira, o que costuma fazer melhor dentro dele: driblar. Com simpatia, o craque do Santos procurou se desvencilhar das perguntas menos confortáveis feitas pelo apresentador Jô Soares sobre Pelé, seu futuro no futebol e sua vida pessoal no encontro que tomou dois blocos e foi a atração principal da abertura da temporada do Programa do Jô. O jogador saiu do estúdio sem dar entrevistas e voltou para Santos de helicóptero.
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Jô não fez perguntas a Neymar sobre sua atual fase no Santos nem sobre seu desempenho discreto nos últimos jogos, em especial no clássico contra o Corinthians no fim de semana. Porém, o apresentador questionou o santista sobre a dificuldade de manter por longo tempo um bom nível de desempenho.“O bom do futebol é que temos jogos quarta e domingo. No domingo você pode ser ruim e na quarta ser craque”, desabafou o jogador. “Futebol é como a nossa palma da mão: em um dia você está no céu e no outro, no inferno. É complicado.”
Uma das primeiras perguntas do apresentador para Neymar foi sobre a recente matéria da revista Time, que o chamou de “O novo Pelé”. Apesar das recentes críticas do Rei do Futebol de que o craque santista andava mais preocupado com o corte de cabelo do que com o futebol, ele mostrou reverência com Pelé. “É uma honra ser comparado a um jogador incomparável como Pelé”, disse Neymar.Segundo ele, também é sempre um prazer ser comparado a outros jogadores com uma carreira respeitável, como Ronaldo.
Neymar se viu também em saia justa quando foi questionado por Jô sobre seu time dos sonhos. O apresentador queria que o santista nomeasse um time preferido entre Barcelona e Real Madrid, mas desconversou. “Desde criança e ainda agora eu jogo videogame e nunca escolhi só um time: pode ser o Barcelona, o Real Madrid, o Chelsea...” Também elogiou o Bayern de Munique, classificando o time alemão como um grande clube, com um grande treinador (Pepe Guardiola), mas não deixou de repetir seu tradicional discurso de que, apesar de jogar no exterior ser um sonho, está feliz no Santos e pretende levar seu contrato até o fim. “Tem o momento certo para isso acontecer. Para alguns é mais cedo, para outros mais tarde. Meu momento ainda não chegou.”
O santista foi enfático, no entanto, quando o apresentador pediu para ele comparar Messi e Cristiano Ronaldo. Apesar de considerar ambos bons jogadores e dizer que seria bom jogar com eles, não hesitou em dizer que o argentino, atualmente, é o melhor.
Ao rever vídeos de vários de seus melhores lances, Neymar disse que nem todos os adversários levam na esportiva e ele mesmo já teve seu dia de driblado, em um jogo do Campeonato Paulista do ano passado. “Foi na Vila Belmiro e a torcida soltou um ‘hum’, mas é do jogo. Se acontece você tem de bater palma.”
Neymar não falou de sua vida pessoal, muito menos de seu namoro com a atriz global Bruna Marquezine. Foi questionado se muitas meninas “queriam lavar roupa naquele tanquinho”. Admitiu que nem sempre entende a reação mais exaltada de algumas fãs que “tentam tirar pedaço” nos vários desembarques em aeroportos, mas tenta levar o assédio da melhor forma possível.
Quando questionado sobre a possibilidade de se transferir para o exterior, manteve o discurso: "Eu tenho, sim, o sonho de jogar na Europa. Tem o momento certo de cada jogador. Uns vão novos, outros mais velhos. Meu momento não chegou. Quando eu perceber que é o momento certo de ir para o estrangeiro, eu vou", disse ele.
Enquanto Neymar concedia entrevista, ele era julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva por conta da expulsão contra a Ponte Preta. Defendido pelo advogado do Santos, o craque foi punido apenas com um jogo de suspensão, já cumprido. Ele não pega o Atlético de Sorocaba, domingo, porque vai cumprir gancho pelo terceiro amarelo.
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