A fama de "cai-cai" constantemente ligada a Neymar irrita o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari. Questionado sobre o assunto na tarde desta terça-feira, depois de confirmar a convocação do santista para enfrentar Itália e Rússia, o treinador chegou a se exaltar na defesa ao jovem jogador, 21 anos.
"Parece que no Brasil quem é bom, aquele jogador exceção, que faz e improvisa, cria um mal estar em algumas pessoas", disse Felipão.
O treinador reclamou da pressão exercida por treinadores adversários contra o atleta do Santos e fez uma comparação com o também atacante Cristiano Ronaldo para defender o jovem. Scolari dirigiu o atleta do Real Madrid na seleção portuguesa.
"É um atleta que sofre dez faltas (por jogo), uma ou duas podem não ser (realmente infrações) e ele cai, o que é normal. Os técnicos que jogam contra o Neymar preferem dizer que ele cai, simula, porque é mais fácil influenciar o árbitro. (Mas) não é a realidade: no futebol mundial já ouvi mil vezes as pessoas falando do Cristiano Ronaldo. Cai porque é bom, leva falta, quem dribla mais recebe mais faltas", completou.
No último domingo, Neymar recebeu um cartão amarelo no empate por 0 a 0 com o Corinthians, pelo Campeonato Paulista, por ter, na visão do árbitro, simulado um pênalti. Como foi a terceira advertência recebida pelo santista, ele desfalcará a equipe na próxima rodada da competição, no domingo, contra o Atlético Sorocaba.
O nome de Neymar esteve presente entre os 22 jogadores convocados por Felipão nesta terça para participar de dois amistosos com a Seleção Brasileira, ambos a serem realizados em março: no dia 21, em Genebra, contra a Itália; e no dia 25, em Londres, contra a Rússia.
O atacante, que já foi titular da Seleção na reestreia de Felipão, na derrota por 2 a 1 para a Inglaterra, no dia 6 de fevereiro, em Londres, continuará contando com um grande respaldo do treinador.
"O Neymar na Seleção vai jogar e de mim vai ter total liberdade para driblar, improvisar e ter criatividade", disse o técnico. "Porque é assim que vamos ganhar a maioria dos jogos. A equipe não se faz só de improviso, se faz de grupo, mas o Neymar vai tentar (improvisar) uma, duas, cinco ou dez vezes – sempre que precisar fazer vai ter a minha correspondência".
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