Neymar em recente capa de revista na Coreia (Foto: Reprodução)
POR BOB FERNANDES, DIRETO DE LONDRES
Neymar é o novo "cara", o número 1 da Nike no futebol mundial. Até aqui, Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, era o principal nome da empresa que fatura US$ 1,5 bilhão/ano com o negócio-futebol mundo afora.
Com a Copa 2014 marcada para o Brasil, e por força dos negócios, Neymar assume o posto de número 1.
A troca de comando é simbolizada por uma nova chuteira, a GS. Essa que Neymar usou no 3 a 0 desta quarta-feira (1) contra a Nova Zelândia e que tem inscrito na lateral o nome da mãe, Nadine.
Como estrela da companhia, Neymar tem suas prerrogativas. A cada desejo de um novo par de chuteiras, de uma nova inscrição, a fábrica em Montebeluna, a 40 minutos de Veneza, Itália, atende.
O jogador, até por temperamento, não engole um produto sem dar a palavra final. Na GS em questão, a chuteira e um portador viajaram três vezes entre Montebeluna e Santos até Neymar aprovar o modelo definitivo.
O atacante, depois de treinos com a nova chuteira, pediu modificações na disposição dos cravos, na altura da "língua" e das laterais. A cada modificação, idas e vindas no trajeto Santos-Montebeluna.
Numa sequência de tênis e chuteiras cada vez mais "digitais", com avanços no registro eletrônico de performance e uso de materiais como fibra de carbono, a fábrica na Itália tem até um projetista, Sergio, desembarcado da Fórmula 1, da Minardi.
A cada novo pedido produzido e pronto, as chuteiras são entregues via malote aéreo onde estiver o 11 do Santos e da seleção. O molde dos pés de Neymar foi tirado em plástico, numa viagem dos italianos à Vila Belmiro.
A estreia da chuteira que pesa 160 gramas (as demais da empresa costumam pesar por volta de 220 gramas) se deu no amistoso, 2 a 0, contra a Inglaterra.
Neymar assinou seu primeiro contrato com a fornecedora de material esportivo aos 13 anos. Contrato que já teve alterações sucessivas e que hoje não é inferior a US$ 6 milhões/ano.
Para lançar Neymar numa campanha mundial – ao lado de estrelas de outras modalidades, como Kobe Bryant e LeBron James, do basquete norte-americano, onde fatura outro US$ 1,5 bilhão/ano -, a Nike deu um drible na regra 40 do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A regra 40 diz que é proibido o chamado "marketing de emboscada". Ou seja, empresas que não tenham comprado direitos para os eventos não podem valer-se de atletas para fazer publicidade indireta. Por isso, a regra 40 proíbe que atletas citem, por exemplo no Twitter, os seus patrocinadores.
O drible na regra 40 que expôs Neymar em algumas partes do mundo foi lançar campanhas em cidades com o nome de Londres. Outras Londres. Assim, o craque está exposto na London de Michigan (EUA), na London de Ohio (EUA) e, entre outras, na London da Jamaica.
Da nova chuteira de Neymar foram confeccionados 2012 pares. E num único dia, a segunda-feira 13 de agosto, 24 horas após o final das Olimpíadas, serão vendidos no Brasil apenas e únicos 12 pares. Cada um ao preço de R$ 1 mil e 600.
Neymar em capa da revista inglesa Four Four Two (Foto: Reprodução)
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